Aconteceu nos dias 10 e 11 de Julho na Cidade Administrativa, em Belo horizonte a 28ª reunião do FMCBHS, Dentre os vários temas discutidos, presentes na pauta prevista para os dois dias, um dos destaques foi a proposta do Presidente do MOVER e Vice Presidente do CBH PARACATU - Tonhão, que solicitou ao Secretário de Meio Ambiente de MG, Dr. Adriano Magalhães, que fosse encaminhada ao COPAM - Conselho de Recursos Hídricos de MG e ao CERH - Conselho de Recursos Hídricos de MG, proposta de Resolução Conjunta, criando normas para a construção e manutenção de Estradas Rurais em MG.
A proposta foi acatada por unanimidade pelos representantes dos Comitês de Bacias Hidrográficas de MG presentes à reunião.
"As estradas rurais como tem sido construídas e mantidas, contribuem com 70% da morte de corpos d'água" afirmou Tonhão, apontando este como principal elemento que vem motivando sua insistência no tema dentro dos diversos órgãos colegiados dos quais faz parte.
Para entender um pouco mais sobre o tema -
Países
em desenvolvimento, como o Brasil, enfrentam grandes problemas para o escoamento
dos seus produtos, o que acaba contribuindo para o desperdício e um aumento de encargos
sobre o produto final. No Brasil a principal rota para o escoamento da produção agropecuária
são as estradas. Contudo, verifica-se que grande extensão da rede viária é composta
por estradas não pavimentadas, ou como são mais conhecidas, estradas de chão ou ainda
estradas vicinais.
Essas
vias são responsáveis também pelo acesso, dos moradores do campo, aos serviços
básicos como educação, saúde e lazer disponíveis nos grandes centros urbanos. Mesmo
possuindo esse papel importante para o bem estar, assim como para a economia do país,
nota-se um descaso na manutenção e conservação dessas vias. Como conseqüência
desse fato
observa-se o surgimento de grandes problemas ambientais, sendo um dos
principais, a perda
de solo e consequentemente o assoreamento de cursos d’água, devido o surgimento
de processos
erosivos nessas estradas, sendo que em grande parte esses processos ocorrem devido
a falha ou ausência de sistema de drenagem aliado a ação do intemperismo, o que acelera
o agravamento dessa questão.
A
perda de solo por processos erosivos nas estradas vicinais tem grande poder de evolução,
visto a inexistência de uma camada capaz de proteger a via da ação do tempo.
Aliado
a esse fato, observa-se que ao atingir as propriedades rurais em torno da área
de pesquisa,
pode notar um processo de perda de solo se intensifica mais ainda devido o solo
ser menos
compactado pelo seu emprego na agricultura. Dessa forma, esse dano se torna
mais
visível
nessas áreas, comprometendo as mesmas, gerando o carreamento desses sedimentos para
os cursos d’água ou para os fundos de vale mais próximos, eliminando assim a camada de
solo onde há a maior concentração de matéria orgânica, ocasionando com
conseqüência a perda
de áreas agricultáveis.
Nos
mananciais, além do assoreamento, os enxurros podem levar dessas áreas de cultivo,
resíduos de defensivos agrícolas, bem como de adubos químicos e outros
elementos de
correção do solo para cultivo. Ao atingir os cursos d’água, esse material
excedente contribui
para a eutrofização dos mesmos, diminuindo assim a qualidade da água bem como da
fauna e flora aquática.
Fonte:
PROCESSOS EROSIVOS E PERDA DE SOLO EM ESTRADAS VICINAIS
Hermenegildo
Henrique Soares Júnior e Osmar Mendes Ferreira
Universidade
Católica de Goiás – Departamento de Engenharia – Engenharia Ambiental