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sábado, 16 de maio de 2015

Debatedores defendem proteção federal de APA da Chapada dos Veadeiros/GO



Deputados, ambientalistas, professores e técnicos discutiram nesta quinta-feira, em audiência pública, o Plano de Manejo da Área de Proteção Ambiental (APA) de Pouso Alto, na Chapada dos Veadeiros, região que, segundo os expositores, vem sendo degradada em velocidade assustadora nos últimos 20 anos.
A serra do Pouso Alto, no município de Alto Paraíso (GO), é o ponto culminante da região Centro-Oeste, com 1.676m de altitude.
Os participantes do debate promovido pela Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável convergiram em um ponto: a questão foge às fronteiras políticas do estado de Goiás, onde se localiza a APA, ou até mesmo do Brasil, que tem ali a área mais rica em biodiversidade de um cerrado de altitude, flora e fauna que só o Brasil possui. Os debatedores ressaltaram que se trata de um problema da humanidade e não apenas do Brasil, ou não apenas de Goiás, mas de segurança nacional.
A chefe do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, Carla Guaitanele, expôs em vídeo como a área de proteção foi diminuindo nos últimos anos e mostrou as invasões agrícolas e do agrotóxico sofridas pela região. Segundo a dirigente, dos 625 mil hectares que possuía, hoje a APA só conta com 65 mil - parcela diminuta em uma chapada de 900 mil hectares.
Federalização
O professor e ambientalista Heuber Brandão acredita que só exista salvação para a área se ela ficar sob jurisdição federal e com preservação integral, não dependente do conselho criado pelo governo de Goiás, “com maioria de ruralistas”. “A importância daquela biodiversidade ultrapassa os limites políticos de Goiás, dos interesses do Distrito Federal, ou mesmo os limites políticos do Brasil. É de interesse da humanidade”, disse.
Lucio Bernardo Jr. / Câmara dos Deputados
Audiência pública sobre o Plano de manejo da APA de Pouso Alto e Chapada dos Veadeiros. Deputados (E) Átila Lira (PSB-PI) e Augusto Carvalho (SD-DF)
Augusto Carvalho (D): "As depredações ocorrem como fato consumado. E a crise hídrica vem para o todo mundo e será mais grave se não protegermos o berço das nossas águas."
Crise hídrica
O presidente da Comissão de Meio Ambiente, deputado Átila Lira (PSB-PI), disse que a proteção à Chapada dos Veadeiros, berço das águas de três bacias hidrográficas, São Francisco, Paraná e Amazônica (Araguaia/Tocantins), “não é importante apenas para o Brasil, mas para o mundo”. “Com os problemas hídricos que ocorrem aqui e em todo mundo, seu valor é incomensurável”, acentuou.
O deputado Augusto Carvalho (SD-DF), autor do pedido de audiência pública, comentou que alguns poderiam estar se perguntando “por que um deputado do Distrito Federal estaria metendo o bedelho” em um assunto do governo goiano. E respondeu: “Eu e meus filhos aprendemos a amar a Chapada e, neste País de fatos consumados, desde 2001, quando foram criadas as Áreas de Proteção Ambiental (APAs) e não foram devidamente regulamentadas, as depredações ocorrem como fato consumado. A crise hídrica vem para todo o mundo e será mais grave se não protegermos o berço das nossas águas”.
Depois de lembrar a derrota dos ambientalistas na aprovação do código florestal no Congresso Nacional, o deputado Sarney Filho (PV-MA) prometeu que a comissão vai pressionar “com todos os meios” o governo de Goiás “para saber de que lado ele está, da população ou dos grandes proprietários”.
Reportagem - Roberto Stefanelli/ RCA

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