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terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Pior seca dos últimos 12 anos muda paisagem do Rio São Francisco

A longa estiagem transformou a paisagem em vários trechos do Rio São Francisco, 
um dos mais importantes do país.
A água transparente revela o drama de um gigante. A profundidade é baixa, é possível ver o fundo. O Rio São Francisco enfrenta a pior seca dos últimos 12 anos.

A água transparente revela o drama de um gigante. A profundidade é baixa, é possível ver o fundo. O Rio São Francisco enfrenta a pior seca dos últimos 12 anos.



A pouca chuva nos afluentes do rio até dezembro de 2013 fez diminuir o volume de água no lago de Sobradinho, na Bahia. O reservatório está com pouco mais de 30% da capacidade. Segundo a Chesf, essa quantidade é uma ameaça à geração de energia no Nordeste.

Há cinco meses, a vazão média, volume d'água que sai da represa, diminuiu de 1,3 mil para 1,1 mil metros cúbicos por segundo (m³/s). O São Francisco perdeu suas forças. Não há mais correnteza no rio.
Se num trecho o rio é bastante largo, a profundidade não passa dos dois metros nos canais por onde os barcos ainda conseguem passar. Um que fica do lado sergipano e outro lá do lado de Alagoas.
No meio, uma das imensas ilhas que não param de crescer à medida em que o rio vai secando. Uma tem mais de 500 metros de extensão. O problema é agravado pela areia que se desprende das margens desmatadas e vai aterrando o leito.
"Fico imaginando daqui a 30, 40 anos, a gente atravessando esse rio. O rio está morrendo, sufocado pela terra que está caindo dentro do seu leito", opina Antônio Jackson Borges Lima, diretor do Museu do São Francisco.


Uma balsa que antes transportava 16 carros de um lado a outro, agora só leva 11 para não encalhar. Caminhão, nem pensar.

"O Comitê da Bacia do São Francisco quer, sobretudo, um tratamento diferenciado para essa bacia, que é a mais vulnerável de todo o Brasil. E não pode suas águas serem demandadas no ritmo, no volume e na escala em que estão sendo", afirma o presidente do Comitê da Bacia do São Francisco, Anivaldo Miranda.
Enquanto nada muda, o comandante Jaílson Pedrosa, que cruza o Velho Chico há mais de 40 anos, lamenta essa situação. "Vendo o rio se acabando, né. Eu não posso nem falar”, diz emocionado.

Jailson Pedrosa 

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